Direção: José Alvarenga Jr.
Elenco: Bruno Mazzeo, Fernanda Paes Leme, Augusto
Madeira, Carol Castro, Fabiula Nascimento, Fulvio Stefanini, Serjão Loroza, Thelmo Fernandes.
O programa “Cilada” criado por Bruno Mazzeo sempre foi um dos que parei para assistir (foi não, é), sempre me identifiquei com o personagem homônimo do criador, que encontra defeitos e comédia nas ocasiões mais triviais da sociedade, resumindo, coisas que todos nós já passamos. Desde festas de criança a noites mal dormidas em sítios de amigos, o programa se concentra em analisar tudo que a sociedade julga como correto e ainda re-analisa as coisas que todos pensam, mas nunca tiveram a coragem de falar.
O personagem continua o mesmo, porém com menos valores ainda, o filme começa com a cena de traição no casamento com suas gags repetidas de outros filmes (a amostra das silhuetas insinuando coisas, dando close nos rostos dos que estão chocados), na qual Bruno leva um pé na bunda de sua namorada (Fernanda Paes Leme), que sai completamente arrasada, que então para se vingar, posta um vídeo do pior desempenho sexual da vida dele no site que emula o Youtube.A partir daí as situações são todas previsíveis, as primeiras tentativas de recomeço, o desmoronamento de sua vida social, as avacalhações de todos os amigos...
O filme não se torna fraco só por repetir tudo que já foi visto em outras produções, mas por deixar o personagem cada vez mais repulsivo aos olhos do espectador, Bruno é tão hipócrita quando narcisista, e a única solução que vê para se redimir aos olhos do povo, é mostrar o quanto ele pode ser bom na cama, a partir disso, o filme começa a jogar mensagens estapafúrdias ao público, sobre como correr atrás de vingança é algo ruim e que você sempre se dará mal. A pior parte é que a catarse final é praticamente nula, Bruno só não fica com outras mulheres por que elas são repulsivas aos seus olhos, como a mulher que fala errado, a com bafo, a que SPOILER ALERT têm pênis, assim, não conseguimos realmente querer que ele termine o filme sorrindo. O personagem aprendeu alguma coisa durante essa viagem? Só se agora ele toma mais precaução na hora de escolher sua parceira com benefícios.
O filme reaproveita todas as situações já vistas em filme de Adam Sandler, desde a declaração sob a chuva, a tentativa de melhorar a imagem publicamente na televisão na qual o protagonista se descontrola, até as piadinhas sobre desempenho sexual parecem ter vindo direto da cabeça careca de Sandler.
Só existe palhaço por que existe platéia, e de fato, quando fui ver, as pessoas riam incontrolavelmente a cada gag descontrolada, não vou negar que ri, pois houve uma presença que julguei engraçada, a de Serjão Loroza como Marconha, o cameraman contratado por Bruno, totalmente à vontade nesse território de comédia sem pudor, aliás, isso também pode ser mais uma semelhança de “Cilada.com” com recentes sucessos vindos da terra de tio Sam, nos quais os personagens mais interessantes e engraçados são os coadjuvantes, basta ver “Sim, Senhor” e “Passe Livre”.
Com seu final mela-cueca, “Cilada.com” consegue ficar um nível abaixo das comédias românticas atuais, mas aposto que vai ter mais bilheteria por aqui.
Nota: 5/10
Crítica por Masami Sato Jr.
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